11/29/2004

Cromos de Portugal - nº13

Cromo Nº 13
Marco Borges

Profissão: Famoso escritor de bonitas e interessantes crónicas na TV+
Idade:
29 anos
[A frase está no desenvolvimento deste post]


Depois de Zé Maria, este é mais um cromo vindo directamente dessa fábrica de broncos que foi o Big Brother. De vendedor de produtos químicos, passou ao estatuto de ídolo nacional, aquando da estadia na casa da Venda do Pinheiro. E porquê? Apenas por ter dado um pontapé noutra concorrente. Na altura, foi obrigado a abandonar o programa, e foi alvo de duras críticas disparadas de todas as direcções. Mas o povo perdoou. A rapariga também. Afinal de contas, foi ele quem ofereceu o que os espectadores queriam ver: sexo.

É dele o brilhante desabafo que a seguir reproduzo (e atenção, pequenitos, agora é a altura certa para deixarem de ler este texto, já que, pela primeira vez [e última, presumo] serão utilizados vocábulos menos apropriados a um blog de bom nome como este), desabafo esse que foi, certamente, essencial na inspiração de um famoso sketch do Gato Fedorento:

“E é quando eu vejo que o tempo ‘tá apertar , e que há aí palhaços , que falam falam, falam falam, falam falam, falam falam , mas eu não os vejo a fazer nada, […] Eh , já me começo… sei lá , começo-me a… realmente já a dar cabo da cabeça, não é… Se calhar é do cansaço , pode ser também... pode ser que seja do cansaço né? Eu tenho calma, , este palhaço [Zé Maria], este monte de merda deve ter a mania da perseguição ou o caralho, , eu , já nem o vejo bem, eu já nem o ando a ver bem, . É que eu já nem sequer consigo olhar direito para ele, . Eu tenho impressão que eu espirro um bocado com mais força e que ele escangalha-se todo, o rapaz, . […]

Se há aqui alguém que ‘tou chateado, ‘tou chateado é c’o Telmo, , eu ‘tou chateado é mêmo c’o Telmo... que é um gajo que faz atletismo, que faz isto, faz aquilo e ainda não o vi a fazer 100m por ninguém, , eu ando aqui, eu ando todo arrebentado, caraças, , eu fiz 15Km, fiz 19,5Km, fiz 15Km e hoje fiz 15Km, e amanha não há Km por fazer, ? E ninguém se preocupa em fazer Km hoje, ? Então mas só eu é que penso, ? [pausa profunda] Olha… Olha que foda-se!...”

Genial. Se há um momento em que um blog bate no fundo, esse momento é este. Mas tenho de continuar. Marco, depois do fim do programa, e devido à sua extraordinária capacidade de dizer barbaridades com um sorriso nos lábios, fez um programa na Rádio Cidade, foi comentador oficial do Big Brother 2, gravou um CD e teve (e ainda tem) uma crónica na revista TV Mais, que utiliza para comentar tudo o que lhe apetece, desde política até à injustiça da qual a D. Alzira foi vítima no Café Central de São João da Talha.

Mais recentemente, e para terminar, depois de ter aceite ir à colónia naturista brasileira Colina do Sol fazer uma reportagem para a TVI, acusou a mesma estação de ter explorado a sua nudez: “Ainda tinha a esperança que o objectivo fosse fazer reportagem, [...] mas a TVI só quis explorar a minha nudez”. É preciso ser muito, mas muito bronco, para acreditar que a TVI não tem jornalistas e por isso o envia para fazer “reportagens”, não? Bem, se calhar até não... Deixem lá.

11/28/2004

Boa Noite, eu sou o André Silva e este é mais um Exclusivo TVI...

A notícia mais importante desta semana (a seguir, obviamente, à da história da D. Dulcineia Serzedelo, uma pensionista de 78 anos que vive na estação de metro de Entrecampos há já 6 anos, e que não se conforma com o aumento do número de passageiros naquela estação, devido às obras no túnel do Rossio, já que estes, e segundo a própria, "provocam correntes de ar e fazem uma algazarra 'muito enorme'".)...

Como estava a dizer, a notícia mais importante desta semana vem da Indonésia, onde uma importante ponte da cidade industrial de Palembang (e tanto haveria para ser dito sobre o nome desta cidade...) está com uma inclinação preocupante na base de um pilar. E porquê? - pergunta o leitor sem grande interesse, como já é habitual. Não, não é da extracção de areias, não. Acontece que esse é, precisamente, o local onde muita gente faz as suas necessidades. É - como dizer? - a Buraca da Indonésia.

Ou seja, e segundo o The Jakarta Post, a base da ponte está corroída pela urina. E agora, por alguns simples xixizitos, as autoridades vão proibir a passagem de veículos pesados na ponte Ampera, que tem mais de 1Km, depois de terem comprovado a deterioração da estrutura.

Eu até fazia um daqueles comentários típicos da Manuela Moura Guedes, mas isso era dar mais uma razão para o Moniz nos cair em cima. Foi mais um Exclusivo TVI, boa noite.

11/26/2004

Cromos de Portugal - nº14

Cromo Nº 14
Olga Cardoso

Profissão: Neste momento, desconhecida (ex-locutora)
Idade:
Desconhecida
Frase: “Mas quer a chave ou o dinheiro?”


É mítica
. Meus amigos, se há um mito vivo que eu gostava de conhecer pessoalmente, esse mito chama-se Olga Cardoso. E se há personagem que me acompanhou na infância, essa personagem chama-se Amiga Olga. Quem não se lembra desses tempos, em que nos entrava pelo ecrã uma senhora loira, já de uma certa idade, que proferia insistentemente “A chave ou o dinheiro? Quer a chave ou o dinheiro?!”. Tempos áureos, esses. Não tínhamos a Merche Romero, nem a Isabel Figueira. Mas a Amiga Olga tudo compensava.

E depois era a voz. Quantas manhãs, meu Deus, quantas manhãs não acordei eu a ouvir a Renascença, onde decorria o Despertar com o António Sala e com a nossa Olga. Ainda hoje ecoa na minha cabeça, aquela promo “Jogo da Mala… o telefone vai tocar… e já estamos a ligar… Jogo da Mala” – sempre, todas as manhãs; e ela dizia “hoje estamos a ligar para a zona do Algarve… vamos lá ver se temos sorte e damos muito dinheiro!”. Saudades.

E a plástica que tanto deu que falar. Não fosse o Kurt Cobain ter morrido no mesmo dia e, tal como Lili Caneças (já agora, vejam o canal Gigashopping…), também ela teria sido notícia de abertura dos telejornais.

É por isso que me começo a sentir velho (especialmente hoje). Volta, Olga Cardoso. Pode ser que assim a católica ‘Renacença’ altere a tendência de queda abrupta nas audiências. Bem, para isso também era preciso que o Pedro Tojal voltasse a fazer rádio na concorrência, mas isso já é outra conversa.

É hoje, é hoje!


MUITOS PARABÉNS!


A Tina Turner faz hoje 67 anos! Não é bom?

11/23/2004

Cromos de Portugal - nº15

Cromo Nº 15
Roberto Leal

Profissão: Cantor (se tivermos a boa vontade suficiente para chamar àquilo cantar)
Idade:
Desconhecida
Frase: “Adoro os meus irmãos portugueses” (dito com a sua pronúncia, é claro)"

Roberto Leal, ao contrário do que muita gente pensa (gente essa que ele não procura esclarecer, antes pelo contrário), não nasceu no Brasil. Roberto Leal nasceu em plenos Trás-os-Montes, numa aldeia com o extraordinário nome de Vale da Porca, e o seu nome de nascimento não poderia ser mais castiço: António Joaquim Fernandes. Mudou-se para o Brasil em 1962, com mais 10 irmãos.

O ano fatídico para toda a Humanidade, principalmente para quem fala Português, aconteceu no ano de 1971. Foi nesse ano que ele iniciou a sua carreira musical, com a canção “Arrebita”. Foi a primeira de um total de cerca de 300 canções com as quais ele torturou o mundo, e muitas das quais a maior parte de nós somos obrigados a conhecer (Embora o nosso cérebro tudo faça para bloquear as memórias de tais músicas).

Ao longo da sua carreira, vendeu mais de 17 milhões de discos em todo o mundo, tendo conseguido 30 Discos de Ouro e 5 de Platina. Este tipo de números são extremamente alarmantes, e provavelmente a Organização Mundial de Saúde já deveria te-los tido em atenção, porque são reveladores de alguma doença de foro mental muito grave que afecta os habitantes de Portugal e Brasil, especialmente, e que os faz comprar discos deste senhor. Roberto Leal chegou mesmo a actuar em Montreal para mais de 60.000 pessoas, o que vem mostrar que nem os habitantes da América do Norte estão a salvo desta doença.

O seu estatuto de estrela no Brasil é bem ilustrado pelo facto de ter protagonizado, em 1978, o filme “O Milagre”, que bateu recordes de bilheteira, e que contava a sua própria história. Por cá todos o conhecemos, devido às suas constantes aparições em tudo quanto é programa de televisão, onde faz questão de frisar o seu amor a Portugal e aos seus irmãos Portugueses.

Mais recentemente, Roberto Leal cometeu uma acção verdadeiramente reprovável, pela qual deveria ter sido preso. Aproveitando a onda patriótica provocada pelo Euro2004, apareceu em todos os programas televisivos alusivos ao mesmo, cantando o Hino Nacional Português. Eu pessoalmente considero que por causa de casos destes que se deveria reconsiderar o uso da pena de morte em Portugal...

11/19/2004

Cromos de Portugal - nº16

Cromo Nº 16
Lili Caneças

Profissão: Relações Públicas (o que equivale a "vai às festas todas e não faz mais nada")
Idade:
60 anos
Frase: "Estar vivo é o contrário de estar morto!"


Lili Caneças ou, se preferirem, Maria Alice de Carvalho Monteiro, é a rainha do Jet-Set nacional. A sua primeira aparição pública ocorreu aos 16 anos, quando se sagrou vencedora num concurso de máscaras realizado no Casino do Estoril, com apresentação de Henrique Mendes. Concurso esse que voltaria, certamente, a ganhar nos dias de hoje, com o fantástico estado em que ficou a sua pele após ter feito um peeling, há poucos anos, que teve até direito a honras de abertura de telejornal.

Mas, voltando atrás, Lili teve dois filhos do casamento (aos 20 anos) com Álvaro Caneças, do qual ainda detém o apelido. Estudou Filologia Germânica, mas abandonou o curso para trabalhar como hospedeira da TAP. De resto, confessa que "não me atrai nada ver um homem no supermercado. Fui educada assim. Para mim o homem continua a ter o pelouro das finanças e não o da lida da casa. Ainda vivo com a esperança de encontrar a minha alma gémea”. Não percebo. O que não deve faltar por aí são homens que detestam fazer a lida da casa e ir ao supermercado… Mas, por outro lado, a hipótese de, um dia, acordar ao lado de alguém que tem a pele no mesmo estado que o Michael Jackson, não é muito animadora. Continua a tentar, Lili.

Mais recentemente, e já depois do “peeling que o país parou para ver”, a socialite estreou-se na apresentação de programas de televisão nesse grande sucesso que foi “O Bar da TV”, ao lado de Jorge Gabriel. Encenou, também, uma partida no programa Herman SIC que lhe valeu uma boa dose de elogios, não só pela verosimilhança da história, mas também pelos seus dotes artísticos, que foram responsáveis por uma subida abrupta nas audiências do programa de Herman José, nessa noite.

Mas a Tia (Avó?) Lili não se fica por aqui. Muito em breve estreará na SIC um programa ‘cor-de-rosa’, apresentado por si, onde serão utilizados todos os seus conhecimentos na área do social. E Cinha Jardim promete fazer o mesmo, no início de 2005 na TVI. E José Castelo Branco também. Só faltava o João Baião fazer sketches pseudo-humorísticos no 1 2 3. Ou o Cláudio Ramos ser pai pela segunda vez. Imaginação fértil, a minha.

11/18/2004

Sete meses depois...

A LUTA CONTINUA!



(mas já chega de reivindicarem na chatbox, ok?)

11/15/2004

Cromos de Portugal - nº17

Cromo Nº 17
Avelino Ferreira Torres

Profissão: Autarca
Idade:
54 anos
Frase: "Eu devia chamar-lhe uma sentença de merda mas não chamo!"


Avelino Ferreira Torres é provavelmente um dos políticos mais controversos do nosso país. Oriundo de uma família de 13 irmãos, temos sorte em apenas ele ter tido queda para a vida política activa, senão nem quero imaginar como estaria o nosso país... (Embora um dos seus irmãos tenha estado ligado a uma rede bombista de extrema direita, nos anos 70).

É Presidente da Câmara de Marco de Canaveses desde 1983, e é uma das 3 pessoas vivas a darem o seu nome a um estádio de futebol (as outras são o coronel Khadafi, na Líbia, e Arnold Schwarzenegger, na Aústria). Foi-se tornando conhecido devido às suas declarações sempre polémicas, e às constantes suspeitas de fraude que sobre ele penderam.

Um dos episódios mais célebres que protagonizou, passou em Fevereiro passado, durante o jogo Marco - Santa Clara, referente à Liga de Honra, que se disputou no estádio com o seu nome, e que acabou empatado a 0. Depois de ter passado o jogo calmamente sentado a assistir à partida da bancada presidencial, desceu ao relvado na parte final do encontro, pontapeando à cabina do 4º árbitro, assim como a placa electrónica do mesmo, entre outros objectos, sob o olhar impotente dos agentes da GNR, em protesto contra um suposto penalty não assinalado. Avelino disse mais tarde que voltaria a fazer o mesmo, mas gostaria de dar um pontapé não na placa do quarto árbitro, mas em quem fez as nomeações. Devido a esse incidente, foi multado em 6900 euros, que ele próprio considerou que não passavam de “trocos”.

Avelino foi depois condenado, devido aos crimes de peculato e peculato de uso, ou seja, apropriação de dinheiros públicos e utilização indevida de bens móveis, na sua actividade de presidente da Câmara do Marco, a três anos de prisão com pena suspensa, e perda de mandato. Avelino respondeu a isto, dizendo que não sairia da Câmara (e realmente não saiu), e acusando a magistrada que o julgou, dizendo: “Há pessoas que passam por aqui e que ainda há pouco deixaram de tomar o leite da mãe e, portanto, não têm capacidade para fazer julgamentos desta envergadura.” Foi também na sequência desta sentença, que ele produziu a frase citada na cabeça deste cromo.

Mais recentemente, Avelino foi um dos concorrentes a entrar na Quinta das Celebridades, mas abandonou-a ao fim de poucas semanas, supostamente a conselho do seu médico, sendo depois recebido em apoteose pelos cidadãos da sua autarquia. Assim sendo, parece que não se pode concretizar o desejo de muita gente, que era o de ver Avelino a confundir José Castelo Branco com uma qualquer placa electrónica do seu estádio...

Avelino prepara-se agora para concorrer a Presidente da Câmara de Amarante, sua terra natal, onde deverá sair vencedor. Advinham-se portanto, mais anos de belas declarações deste senhor...

São calhaus, senhores!

Você sabia que o granito, o sienito, o diorito e o gabro são rochas plutónicas de textura fanerítica, ao contrário do riolito, do traquito, do andesito e do basalto, sendo estes, pelo contrário, rochas vulcânicas com uma textura afanítica?

ISTO É UM...
... DESBLOQUEADOR DE CONVERSA!
(ou então é só a minha aula de Geologia Geral)

11/12/2004

Cromos de Portugal - nº18

Cromo Nº 18
Ágata

Profissão: Cantora
Idade:
45 anos
Frase: "Gostaria de fazer um franchising da minha loja, o Portal de Ágata, e criar uma marca de roupa com o meu nome. "

Ágata é uma figura incontornável no panorama musical português. Bem, não é nenhuma Dulce Pontes, tudo bem, mas quando falamos de música pimba não há ninguém que a supere (sim, há o Toy, mas já falámos dele nestes 'Cromos').

Ágata, naquele que foi o início do seu percurso artístico, participou nas girlsband Cocktail e Doce, que a catapultaram para a fama, motivando-a a seguir uma carreira a solo, o que veio a acontecer em 1986, com o tema “Quentinha e Boa”. Mas foi uma década mais tarde que a sua presença se fez notar com mais intensidade.

Quem não se lembra de um ‘Maldito Amor’, ou de uma ‘Comunhão de Bens’? Foram momentos de levar qualquer insensível às lágrimas, aqueles em que Ágata, também ela emocionada, aparecia em programas de televisão a dizer que ele podia ficar com as jóias, o carro, a casa, as contas no banco, a casa de campo e tudo o que resta, para além de poder dizer que ela não presta. Mas ficar com ele não, isso é que nem pensar.

Com o auge da música pimba, no fim dos anos 90, surgiram programas que elevaram ainda mais estas estrelas. Big Show Sic foi o principal. E Ágata era uma das habituais presenças. Tão habitual que Ediberto Lima, esse grande visionário, quis transmitir o parto da cantora em directo. O único problema é que o director da SIC não se chamava José Eduardo Moniz.

Mesmo assim, a cantora teve direito a um programa de televisão na SIC intitulado “O meu nome é Ágata”. É mentira. O nome dela é Fernanda de Sousa, logo, não podia correr bem. Neste, à semelhança de “Na Casa do Toy”, era mostrado o dia-a-dia da cantora, dia-a-dia esse que podia dar título a diversos volumes de uma qualquer colecção de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Imaginem algo como: Ágata no Cabeleireiro; Ágata no Restaurante; Ágata no Bingo; Ágata na Casa do Toy; Ágata na Pastelaria; Ágata no Teatro; Ágata na Instituição de Solidariedade; Ágata no Quintal; Ágata no Banco; Ágata nos Correios; e por aí fora.

Pois bem, Ágata, muitos parabéns. Não só pelos 45 anos feitos ontem, mas também por seres uma das nossas musas inspiradoras. A sério.

11/10/2004

Anúncio II

Vendo:

- Constipação com tendência para agravamento;
- 50l de ranho;
- Tosse (com ou sem expectoração);
- Dores de cabeça;
- Largas dezenas de lenços de papel já usados.

O facto de ser uma constipação universitária reflectir-se-á no preço. Contacto para este blog com a referência 450/127.

11/08/2004

Cromos de Portugal - nº19

Cromo Nº 19
Tino de Rans

Profissão: Calceteiro, ex-presidente da Junta de Freguesia de Rans
Idade: 33 anos
Frase: "Os políticos vêem as coisas tipo funil ao contrário"


Tino de Rans (aliás, Vitorino Silva) invadiu pela primeira vez a relativa pacatez dos nossos lares em 1999. Aquando do congresso do Partido Socialista, do qual é militante, subiu ao palanque, dando voz - e bem alta, por sinal - àquele que diz ser "o poder da rua". Como não podia deixar de ser, as imagens do congressista de braço erguido, que com um vigoroso abraço fez com certeza estalar as costelas do então Primeiro Ministro António Guterres, espalharam-se por toda a comunicação social.

Vitorino Silva (aliás, por esta altura, Tino de Rans) encontrou nesta oportunidade os seus quinze minutos de fama, uma fama de certo modo célere e que como tal trouxe a sua própria quota-parte de disparates, talvez na esperança de prolongar a visibilidade oferecida de bandeja pelos media. Participou em programas como Noites Marcianas (SIC), nBocas (NTV) e Big Tino (RTP2), escreveu um livro, editou um CD - de música popular, claro está - cujo grande sucesso foi um tema da sua autoria denominado "Pão Com Manteiga", que tem como refrão algo como "pão, pão, pão, pão com manteiga... Pão, pão, pão, pão com manteiga". Original, de facto.

Contudo, os ideais políticos mantiveram-se presentes, sempre na aspiração de chegar a um cargo que possa "dar voz a todos os Tinos do País". Para esse efeito, lidera um partido, ainda em fase embrionária - o movimento "Força TINO" (Força de Todos os Indigentes Naturalistas Operativos - seja lá o que isso for) - já que "o Tino é preciso para dar voz aos mais desprotegidos". A partir daqui, deputado, Primeiro-Ministro, Presidente da República, quem sabe - o céu é o limite.

Independendemente do pouco que conheço deste senhor cujo mediatismo me passou francamente ao lado salvo raras excepções, quero acreditar que, tal como o povo que diz defender, é apenas incompreendido. Porém, numa coisa estamos de acordo: falta-nos um pouco de tino, não só para dar voz aos desprotegidos mas talvez também para moderar a de certos e determinados governantes.

11/07/2004

Sem comentários...



"Diria eu que, se Yasser Arafat não está morto, está vivo."
- Carmen Marques, jornalista da TVI, há minutos no Jornal Nacional

11/06/2004

Hoje acordei assim.

Depois disto...



... o que eu queria que realmente acontecesse era isto...



E se se preocupassem com coisas que realmente interessam?!

11/05/2004

Cromos de Portugal - nº20

Cromo Nº 20
Paula Bobone

Profissão: Escritora de best-sellers sobre boas maneiras
Idade: Desconhecida
Frase: "Eu sei muito bem o que é o povo... Eu sou uma pessoa fina!"


Paula Bobone (Tia Bóbó para os indivíduos da sua classe social) é um ícone incontornável das regras de etiqueta em Portugal. É também especialista em imagem, protocolo empresarial e cerimonial de casamentos, dá conferências, é consultora, cronista e promove cursos na Internet. Para além disso, é ainda escritora de best-sellers como “Socialmente Correcto”, “Socialíssimo” ou até “Profissionalmente Correcto”.

Bobone é uma daquelas personagens que se julgam superiores aos outros e com autoridade moral para ensinar a saber estar. Mas não é. Uma pessoa que, com dois cursos superiores, num questionário de um jornal, à pergunta “Qual o seu pássaro preferido?” responde “a borboleta”, não pode ser superior (muito menos intelectualmente) a um agricultor que nunca teve oportunidade de frequentar o sistema de ensino.

Mas os exemplos não se ficam por aqui. Numa entrevista concedida, há já largos meses, à TV 7 Dias (esse grande exemplo de imprensa escrita de qualidade no nosso país), Paula terá afirmado, em relação ao programa Big Brother e aos seus concorrentes, que “não rejeito a hipótese de lerem em voz alta todos os livros que escrevi. Tanto aprendiam os concorrentes como o resto dos portugueses que assistem ao programa”. Uma grande ideia que só revela a grande modéstia que caracteriza esta senhora.

No entanto, a sua afirmação mais controversa teve origem no programa semanal de Herman José, num diálogo com o próprio: “a Pastelaria Suiça, no Rossio, deixou de ser um sítio in porque há lá muita gente de cor”. Para além disso, disse ainda que “os sem-abrigo deviam assumir a sua condição”. Acho que não é necessário comentar.

Resta saber porque é que há milhares de pessoas a comprar um livro de alguém que tem estas ideias. É que, na minha opinião, a semelhança entre ‘escritoras’ como Paula Bobone e um qualquer pirómano são evidentes: ambos destroem as nossas florestas, para nosso prejuízo. Por favor, devolvam-nos as árvores. Elas sim, são ‘socialmente correctas’.

E, como diria o jornalista Joel Neto acerca do assunto dos livros desta senhora, “a minha etiqueta é a minha consciência. Quem não tem consciência suficiente para definir a sua própria etiqueta não precisa de um livro de etiqueta: precisa de uma vida própria.


11/04/2004

Só ele sabe... porque não ficou em casa

Foi notícia nas últimas horas, a história de um tailandês que tentou converter dois leões, de um jardim zoológico, ao cristianismo. Chen Chung-ho, o fervoroso cristão, levantou as mãos acima da sua cabeça e gritou aos dois leões africanos "Jesus irá salvar-vos!" e "Venham cá e mordam-me!". Não sei porquê, mas isto, ainda por cima vindo da Tailândia, parece-me mais uma espécie de... fetiche - e é claro que o factor religioso é só para disfarçar.

Apesar de, no início, os leões o terem desprezado por completo, posteriormente lá decidiram acatar a 'ordem' do senhor e morderam-no mesmo, nos braços e pernas, deixando-o com algumas feridas. Mesmo assim, os leões recuaram quando o homem de 46 anos colocou as mãos no peito para rezar.

Depois de um impasse de 30 minutos, os responsáveis do zoo lá decidiram usar canhões de água e tranquilizantes para acalmar os leões. Disseram ainda que este senhor teve bastante sorte, já que os animais tinham sido alimentados poucas horas antes, o que os impediu de fazer mais 'estragos'.

Quando interrogado acerca deste comportamento, Chen garantiu que fez isto porque "ouviu vozes na cabeça". Alexandra Solnado, ao que conseguimos apurar, já terá tentado entrar em contacto com este homem, para o informar de como deve proceder para ganhar algum dinheiro com isso mas, até ao momento, isso revelou-se impossível.

Isto deu-me algumas ideias. Estou tentado a adquirir um leão cá para casa, não só porque sou sportinguista e fica sempre bem, mas também para ver se afugento todas as senhoras de 70 e tal anos que me querem transmitir a palavra do senhor quase semanalmente. Era tão bom. Mesmo.

11/03/2004

Sugestão de Natal Moche à Mãe

Adriana Bertini, uma artista brasileira conhecida por conceber bonitos vestidos com preservativos coloridos, fará uma exposição, em Dezembro, no museu sueco dedicado à Cultura do Mundo. Em declarações a um jornal local, uma amiga da artista disse que "a Adriana dá-nos uma visão diferente e até poética deste material que é tão necessário nos nossos dias. Ela transforma os preservativos em algo sensual, energético e vivo".

Agora que aí vem o Natal, e porque nós, homens, não gostamos de perder tempo em centros comerciais à procura da "prenda ideal para a mulher amada", porque não encomendar um sugestivo vestido como este? Fica a ideia.

10/31/2004

E agora, no Moche à Mãe...



Segundo um estudo de 18 meses realizado pela Universidade de Derby, na Inglaterra, as pessoas com problemas de saúde devem ter cuidado ao procurarem informação sobre os seus sintomas na Internet. É que, segundo os resultados deste estudo, enquanto os sites oficiais de associações de caridade, de profissionais de saúde e hospitais tendem a ter informação correcta sobre doenças e os seus sintomas, o contrário se passa com os de pessoas sem qualquer ligação ao ramo (e precisaram de 18 meses para chegar a esta conclusão? Tudo bem...). Diz também este estudo que existem mesmo casos de cybercondríase, ou seja, de pacientes que passam horas e horas à procura de informação na Internet para se auto-diagnosticarem.

Recomendamos vivamente a todos os leitores que suspeitam ser cybercondríacos uma consulta no Google para mais informação sobre o assunto.

Os cidadãos do País de Gales estão indignados com a União Europeia - parece que, na capa da publicação das estatísticas anuais dos países que compõem a UE, que mostra um mapa do continente europeu, alguém simplesmente se "esqueceu" de incluir a região acima citada, o que torna o mar irlandês anormalmente vasto. Um membro do Parlamento Europeu, Gleys Kinnock, do País de Gales, afirmou que Gales não é um país da União Europeia que mereça ser esquecido e assegurou que tal não voltará a acontecer.

Bem, pelo menos não até ao próximo relatório anual, altura em que o ego galês já deve estar certamente curado.

O actor norte-americano Matthew McConaughey diz ter perseguido um fantasma, na sua nova casa em Hollywood Hills. Afirma a estrela de filmes como "Contacto" e "EdTV" que ficou em pânico quando viu, no seu quarto, aquilo que pensa ser o fantasma de uma mulher. Depois de andar a persegui-lo pela casa fora, nu, com um bastão de baseball, conta que se tornou amigo de "Madame Blue", como carinhosamente chama ao fantasma. "Ela é um fantasma fixe" - explicou - "Talvez nos demos tão bem por estarmos nus a maior parte do tempo".

E nós, tudo bem. Não, a sério. Até à próxima.

10/29/2004

Cromos de Portugal - nº22

Cromo Nº 22
Alexandra Solnado

Profissão: Escritora de best-sellers pseudo-religiosos.
Idade: Desconhecida




Não nos podíamos esquecer de Alexandra Solnado. Esta senhora, ao que consta, fala com Jesus Cristo. Foi devido a algumas dificuldades no passado que a filha de Raúl Solnado se virou para o céu como sendo a derradeira esperança (que poético que eu estou hoje... ou então não...) para a resolução dos seus problemas.

Pois bem, as forças do Universo estiveram do seu lado. Alexandra abre, então, um consultório onde têm lugar regressões e conversas com o Eu superior dos seus clientes. Até que um dia, não fala com o Eu superior mas sim com... Deus.

E foi aí, a 28 de Março de 2002, que tudo começou, embora só tenha iniciado a tarefa de escrever as mensagens divinas em Setembro do mesmo ano. Segundo a autora, «É Ele quem dita as mensagens dos Livros, é Ele quem dita os Cursos, a forma como devem ser feitas as Limpezas Espirituais e toda a teoria utilizada neste projecto. É Ele quem diz o que deseja e como o deseja. Eu apenas sirvo de canal e tento que a Sua vontade seja materializada cá em baixo.» Claro que sim. Não, a sério, tudo bem.

Melhor que isso, só mesmo um excerto d' "Este Jesus Cristo Que Vos Fala":

« [...] ouvi uma voz. Era uma voz muito estranha. Era também uma voz extraordinariamente nítida. Era a voz de Jesus. Ele estava ali para me ajudar. Mas nunca me tinha falado assim, tão nitidamente:

Deus — Estás a ser parva.
A. S. — Estou a ser parva, porquê?
Deus — Mandei-te para o Brasil...
A. S. — Mas eu não posso ir. A minha mãe está doente, o meu pai está doente. [...]
Deus — Eu não perguntei se eles estão ou não doentes, estou é a dizer-te que tens de ir ao Brasil.»

É impressão minha, ou Jesus Cristo consegue ser bastante mal-educado e arrogante quando quer? Seja como for, tudo isto é muito bonito e está muito bem escrito, mas tenho que pedir desculpa por ocupar a maior parte deste 'Cromo' com palavras dele mesmo; mas há coisas que falam por si e, por muito que as tentassemos dizer de outra forma, não resultariam tão bem.

Espero ansiosamente por este Natal, já que é muito provável que Alexandra fale com o Pai Natal (previamente) e consiga publicar mais um livro sobre estas "vidas reais". Mas claro, guardando sempre o dinheiro para si. Sim, que isto de falar com Deus é muito bonito, mas uma pessoa tem a sua vidinha e ainda estamos no meio de uma crise económica.

Nunca mais é Sábado...

Finalmente, o fim. Semana difícil, esta - entre os bancos do anfiteatro, as filas da biblioteca ou a pilha de fotocópias para ler em casa. E, de uma ou de outra forma, a maioria de vocês sentirá com certeza o mesmo. O que apetece é voltar logo para casa mal o dia acabe, para dar logo início à jornada de descanso (esta semana, ainda por cima, prolongada) que se aproxima. Numa viagem sem sobressaltos, de preferência, talvez num transporte público.

Suponhamos que vão de metro: de início a viagem é banal. Até ao momento em que, qual perturbadora da paz alheia, eis uma vendedora da revista CAIS (Circuito de Apoio e Integração aos Sem-abrigo, se a memória não me falha) na vossa carruagem. E já sabem o que vai acontecer, por isso aguardam pacientemente que ela passe por vocês, enquanto olham "distraidamente" pela janela ou para os próprios sapatos. Até que têm, mesmo à frente do nariz, uma revista.

Vendedora: Revista CAIS, a última edição da CAIS, só 2€...

Ora, no meu caso, eu não tinha dinheiro. Confesso que se tivesse também não teria intenções de o dar, mas isso agora não interessa. Disse-lhe a verdade, de qualquer dos modos.

Vendedora: Nem 1€? Nêm 80 cêntimos?
Eu: Não...
Vendedora: Nem 60 cêntimos? Nem 50? Nem um cafezinho para a CAIS?


Confesso que esta última parte foi um bocado hilariante. Mesmo assim, face à situação, não foi muito difícil escondê-lo, até porque não tive muito tempo.

Vendedora: BOLAS!!... - afasta-se, em passo acelerado

Bem, eu até acho que actividades como a desenvolvida pela CAIS são louváveis, mas talvez convenha disciplinar um pouco os vendedores. E acalmá-los, também. Um Valium ou dois nunca fizeram mal a ninguém. Nem umas aulitas de ioga grátis, por exemplo. Não? OK.

10/25/2004

Cromos de Portugal - nº23

Cromo Nº 23
Saúl Ricardo


Profissão: Cantor
Idade:
15 anos
Frase: "O bacalhau quer alho / é o melhor tempero / quem comer alho / fica rijo como um pêro"

Saúl Ricardo é quase um mito. Nasceu no Big Show Sic (ao que conseguimos apurar, não literalmente) e foram as suas imitações de Quim Barreiros que o tornaram conhecido entre os espectadores do popular programa.

"O Bacalhau Quer Alho", o seu primeiro (único?) mega-êxito, vendeu qualquer coisa como 120 mil cópias, chegando a tripla (!) platina. Seguiram-se "Os Pitos" (disco de ouro), "Gosto de Ti à Brava" (prata), "Espeto no Prego" (ouro), "Não Sou Mau Estudante" e, muito recentemente, "As Bolas do Snooker". Pois é, só que entre o 'Bacalhau' e o 'Snooker' passaram 9 anos, e o puto reguila que encantava multidões em 1995 é agora um adolescente 'irreverente' que ouve Limp Bizkit, tem músculos e o cabelo descolorado, como todos os bad boys da Figueira da Foz. Falta saber cantar, mas também temos esperança que isso venha com a idade.

Durante algum tempo, toda a gente julgou que Saúl estava morto: disse-se, na altura, que um aparatoso acidente de viação lhe tinha sido fatal. Mas não... Quando menos se esperava, lá voltou ele com mais trocadilhos de cariz sexual, marcando presença em todas as festas e romarias das nossas aldeias.

Em relação aos trocos que Saúl tem amealhado ao longo destes últimos anos, nada é revelado. O 'pequenito' diz apenas que "...o dinheiro não me diz nada. Claro que é preciso, mas gosto de ser humilde". Também eu gostava de ser humilde e, ao mesmo tempo, viver numa casa com piscina, mesa de bilhar, ter motas, cães, um pónei, uma Playstation e um computador. Com 15 anos.

Mas tudo bem. Fica o refrão de um dos grandes clássicos da música portuguesa. Para mais tarde recordar.

10/24/2004

Ah, e tal...


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OBRIGADO!

10/22/2004

Cromos de Portugal - nº24

Cromo Nº 24
Inês Castel-Branco


Profissão: Actriz / Modelo Fotográfico
Idade:
22 anos
Frase: "Agora que sou famosa, não vejo luz." in Lux



Apresentações - há quem as dispense, mas fica sempre bem aquela nota introdutória, que serve como aperitivo da refeição propriamente dita. Neste caso, podemos compará-lo a uns reles croquetes do dia anterior ou algo parecido - Inês Castel-Branco é, simplesmente, a filha. E parece que também tem tido "uma boa vida" - começou a sua carreira como modelo na agência Elite Portugal, aos 15 anos, tendo depois passado para o teatro, com "Cenas Sub-Urbanas", "Confissões de Adolescentes" e, mais recentemente, "Tá-se". Porém, é da televisão que a conhecemos, de novelas como "Filha do Mar" e "Queridas Feras" e da pseudo-humorística série "Os Batanetes".

Se ad inicium a enumeração parece algo de meritório ou prometedor, desengane-se o leitor; digo que Inês Castel-Branco tem tido uma boa vida porque de facto os cachets que lhe têm ido parar aos bolsos não são fruto de um trabalho suado. A grande enumeração acima só prova que o trabalho desta menina é algo de muito, muito rotineiro: fazer de chata, parva, burra, fútil embirrante. Sempre. Se é algo que lhe é inerente ou consequência da sua frequente expressão apatetada, não sabemos.

Não há muito mais para dizer desta personalidade que é um dos meus ódios de estimação, mas uma vez que decidi comparar a introdução de mais um "Cromo" com um reles aperitivo, gostaria de concluir com o sentimento claro de que reles é também a refeição que lhe sucede - afinal, com Inês Castel-Branco à mesa, estou certo de que poderíamos contar com uma destruição completa de todos os cristais ao som (ou devo dizer ruído?) da sua mais curta frase. E, a propósito daquela que citei no início, deixo-lhe outra: "Presunção e àgua benta..."

10/19/2004

Esta semana no... Pingo Doce

Eu não percebo absolutamente nada de publicidade, é um facto. Mas há sempre aqueles anúncios que me chamam a atenção. E hoje apetece-me divagar acerca dos spots do Pingo Doce. Sim, esses mesmos, onde aparecem os responsáveis pelas secções de desodorizantes, de arroz, de pão, de comida para gatos, de bebidas sem gás, de frango assado, etc., a dizer que vão baixar os preços. Para quem não se recorda, aqui fica um exemplo:

Olá! Eu sou o responsável pela secção de artigos de bebé do Pingo Doce. Vim falar-lhe de mais uma campanha. O Pingo Doce decidiu baixar os preços dos artigos infantis:
Cotonetes > -10%
Fraldas > -20%
Champôs > -15%
Mas atenção! Isto não é uma promoção, os preços manter-se-ão baixos todo o ano!

É claro que todos os responsáveis têm sempre um ar muito profissional, dando até a entender que o Pingo Doce não é uma das mais caras cadeias de supermercados em Portugal. Mas o Moche à Mãe descobriu a verdade. Parece que não são só os preços que vão baixar. Tivemos acesso a um dos spots que circulam apenas a nível interno. É, portanto, um exclusivo que aqui adiantamos em primeira mão:

Olá! Eu sou o responsável pelas finanças do Pingo Doce. Vim falar-lhes de mais uma campanha. O Pingo Doce decidiu baixar os salários de todos os seus trabalhadores:
Padeiros, Talhantes e Peixeiras > -10%
Repositores, Caixas e outros Colaboradores > -15%
Mas atenção! Isto não é apenas uma despromoção, os salários manter-se-ão baixos todo o ano!

Vou entrar em contacto com o 24 Horas para ver se conseguem fazer uma primeira página sobre isto.

10/18/2004

Cromos de Portugal - nº25

Cromo Nº 25
Alberto João Jardim


Profissão: Político
Idade:
61 anos
Frase: "Sinto-me importante ao ver que há gente que me tem ódio. Adoro isso."

Entramos, pela primeira vez nestes 'Cromos', no campo político. Alberto João Jardim é uma daquelas pessoas (eu disse pessoas?) que nasceu única e exclusivamente para liderar algo. O Governo Regional da Madeira é seu desde 1976, e está garantido, desde ontem, pelo menos até 2008.

Nascido no Funchal e educado segundo a cartilha do Estado Novo, foi aos 5 anos que surpreendeu os seus pais com discursos inflamados, proclamados do cimo de uma cadeira. Só assim é possível compreender melhor a rebeldia e o exibicionismo que tanto o caracterizam ainda hoje. Quer-nos parecer que essa rebeldia terá atingido o extremo durante os 13 anos que Alberto João demorou a acabar o Curso de Direito da Universidade de Coimbra. Mas isso é apenas uma suposição.

Mas cromo porquê? É inegável que Jardim tem obra feita na Madeira. Duma ilha pobre, com uma população isolada devido aos maus acessos, o líder do Governo Regional fez túneis, pontes, melhorou o sistema de saúde e de educação e é fundamentalmente isso que lhe tem dado as tão expressivas maiorias absolutas. Mas será que os madeirenses se revêem naquela maneira patética e arrogante de embirrar com tudo e todos? Desde a oposição madeirense ser fraquinha, passando por Paulo Portas que "anda a brincar aos governos", até às culpas do mau tempo recairem no continente em geral e em Lisboa em particular, tudo é pretexto para lançar "declarações chocantes", que alimentam os jornais deste país.

E depois temos duas questões muito importantes que revelam a dupla personalidade da qual padece Jardim. Dum lado, o ditador. O povo madeirense ainda não deve ter-se apercebido que já passámos o ano de 1974 e o Estado Novo já era. Do outro, o palhaço. Acho muito bem que este político do povo se divirta e desfile no Entrudo, ao longo das avenidas funchalenses. Mas será que alguém o poderia avisar que o Carnaval não dura 365 dias por ano?

10/17/2004

Objecto Político Não Identificado

Foi avistado, há aproximadamente 1 mês atrás, em terras do tio Sam, um O.P.N.I. (Objecto Político Não Identificado). Infelizmente, a imagem já não está disponível no site do Yahoo, mas a legenda, ao que pudemos apurar, refere-se mesmo a esta foto, 'roubada' aqui:


Pois é. Nós bem que gostavamos de também não o conhecer.

10/16/2004

Cromos de Portugal - nº26


Cromo Nº26
Teresa Guilherme


Profissão: Produtora/Apresentadora de TV
Idade: 48 anos
Frase: “Isso agora não interessa nada!!”



É sem dúvida uma das apresentadoras mais populares e produtora de muitos dos maiores sucessos da televisão portuguesa, tendo já passado pelos 3 principais canais, começando pela RTP. Contudo, um dos seus maiores sucessos aconteceu na SIC, com o programa que tinha o fantástico nome de “Não se Esqueça da Escova de Dentes”.

Depois de algum tempo em que o povo português pôde recuperar a sua audição, pois esteve poupado à sua voz irritante e gargalhadas estridentes, ela voltou em grande, com o seu programa mais célebre, o Big Brother. O seu estilo de cuscuvilheira e casamenteira marcou uma época na televisão, tendo contribuído em muito para as grandes audiências do programa, e consequentemente para a decadência da nossa sociedade... Foi lá também que a sua mais célebre frase se destacou.

Faz parte de um dos maiores mitos urbanos da nossão televisão, visto que muita gente acredita que ela foi ou é casada com Manuel Luís Goucha, o que não é verdade.

Surge numa posição algo discreta do nosso ranking, mas pode agora ganhar nova época de popularidade, pois vai estrear amanhã o seu novo programa, o mítico “1,2,3”, onde ela sucede a monstros como Carlos Cruz ou António Sala. Para quem já tinha saudades dos seus gritos, pode aproveitar agora.

Mas isso agora, não interessa nada...

10/15/2004

WindUS XP



Penso não serem necessários quaisquer comentários...

10/11/2004

Cromos de Portugal - nº27

Cromo Nº 27
Professor Karamba


Profissão: Astrólogo / Médium
Idade: Desconhecida (pelo menos, 42 anos, segundo os anúncios...)



Abre-se aqui uma excepção. Professor Karamba não é português, mas a sua presença entre nós já dura há tanto tempo que não passa despercebida a ninguém. Assim sendo, merece um lugar neste ranking. Mas porquê ele? Nem nós sabemos. Karamba é o expoente máximo de uma nova (?) geração de médiuns-astrólogos-videntes-tarólogos-curandeiros.

Basta abrir a secção de classificados de qualquer jornal nacional, e lá estão eles. Karamba e os seus 42 anos de experiência prometem solução rápida para todo o tipo de problemas, quer se relacionem com amor, droga ou impotência sexual. Curiosamente, é referido no anúncio que este "astrólogo médium africano" já foi procurado por inúmeras personalidades mundialmente famosas. E claro que nós, comuns mortais sem qualquer tipo de poderes mediúnicos, acreditamos. Afinal de contas, se estão em Portugal é porque, certamente, já foram reconhecidos pela comunidade internacional, não?

Bambo, Sidibé, Bah, Djacabi, Guirassy, Lamine, Baf, Fofana, Caramo e Karamba têm em comum, para além dos (duvidosos) poderes sobrenaturais, nomes que não lembram a ninguém. Tudo bem, uns são nomes africanos. Mas e os outros? Será que para se ser astrólogo (e tudo e tudo e tudo) é obrigatório ter um nome ridículo? "Olá, seja bem-vindo ao consultório do Professor Bah, vamos atendê-lo já de seguida". Será que alguém acha credível um Professor Bah?

E quanto ao pagamento também há uns pontos que eu gostaria de ver esclarecidos. Ainda que muitos prometam "facilidades de pagamento" e "pagamento após os resultados", podemos também ler nos seus anúncios que os mesmos são "imediatos" ou que virão no prazo de 2, 3, 5 ou 7 dias... Sendo assim, o que acontece se na primeira consulta, depois de um par de rezas e ladainhas, nos disserem que o serviço está feito e já deu resultados? Faz-se como a Sofia Alves, a Teresa Guilherme ou até a Alexandra Fernandes e fazemos uma chamada telefónica para a Cofidis / Mediátis? Não, pensando bem, esses só respondem em 48h; talvez "facilite" dar o relógio ou o telemóvel, a juntar às notinhas que restavam no fundo da carteira.

Enquanto tudo isto não estiver bem explicado, Karamba será um cromo. Porque isso dos poderes sobrenaturais é tudo muito bonito, mas é quando é verdade e quando é levado com seriedade.

10/09/2004

Cromos de Portugal - nº28

Cromo nº28
Ana Malhoa


Idade: 24 anos
Profissão: Cantora / Apresentadora de TV
Frase: "Quero ouvir essas palmas!..."

Para aqueles a quem ainda restavam dúvidas de que "quem sai aos seus não degenera", eis Ana Malhoa, que como uma qualquer sequela cinematográfica que se preze, consegue piorar o que já é mau no filme original. Desde os seis anos que canta, gravando o seu primeiro disco a solo quando tinha apenas dez. Alguns anos depois, já todos a conhecemos através do programa "Buereré", a que gosto de chamar carinhosamente "formato Big Show SIC para gente de palmo e meio": muitos saltos pelo estúdio, uma alegria extasiante e, como não podia deixar de ser, músicas da autoria da própria Ana Malhoa.

Músicas estas que de resto se foram modificando ao longo dos tempos; se no início as rimas fáceis eram razoavelmente suportáveis tendo em conta o público a que se destinavam, os versos brancos com que agora encanta multidões numa desagradável mistura de religiosidade e sentimentos amorosos ("Amen, vou-me apaixonar", "Se Deus me ajudar / Vou esquecer este amor") são trauteados ao som de ritmos pseudo-latinos que resultam em algo parecido com um dueto entre o Padre Marcelo Rossi e Lara Fabian. Tudo isto a juntar a trejeitos sensuais e uma expressividade facial invejáveis, como podemos observar na fotografia acima (sem dúvida, das melhores que conseguimos encontrar).

E quem não se lembra das animadas tardes passadas na companhia do programa "Domingo Fantástico", com a sua célebre frase (já mencionada) repetida até ao infinito? E o seu riso tão característico que, por muitas onomatopeias que usemos, é impossível de reproduzir por escrito? Porém, basta imaginarmos uma fusão entre os zurros de um asno e alguém com "buereré" de espinhas de sardinha entaladas na garganta para termos algo aproximado.

O melhor será terminar por aqui; é que, ao contrário dos cromos anteriores, penso que Ana Malhoa não merece um destaque maior no nosso ranking - está visto que quanto mais atenção lhe dão, seja de que maneira for, mais difícil se torna encontrar uma maneira de cessar esta loucura.

10/04/2004

Aquela voz, aquela voz...

Percebo perfeitamente a razão que leva José Eduardo Moniz a pôr um burro a falar com Júlia Pinheiro, no programa diário da Quinta das Celebridades. É que sai mais barato ter o bicho em estúdio durante os próximos três meses do que pagar consultas no otorrinolaringologista ao apresentador que faria dupla com ela.

Cromos de Portugal - nº29

Cromo Nº 29
Toy


Profissão: Cantor
Idade: Desconhecida
Frase: "Sensual / és tão sensual / tens um ar de mulher fatal..."


Cantor pimba (ou popular, pronto, viva os eufemismos), inventa versos como quem respira. Põe sexo a rimar com nexo, festa com testa, meio com feio, trabalho com talho, decisão com putrefacção, etc. Deu-se a conhecer melhor n' A Casa do Toy, na SIC, programa no qual o espectador era obrigado a 30 minutos de um tipo de humor ainda pior do que aquele que hoje existe n' Os Malucos do Riso, misturado, mais uma vez, com uns versos criados para as ocasiões, sobretudo familiares. Ao fim de uma semana, provocou, obviamente, uma vontade enorme nos espectadores do canal de Carnaxide: a de cometer um homicídio.

Bem, também não era preciso ir tão longe. Era só pôr alguma coisa a tapar a boca ao homem, para que ele não se lembrasse de chegar ao Mercado de Palmela e fazer versos sobre peixeiras; ao Café Central de Setúbal e fazer versos sobre croissants; ao Minipreço da Azambuja e fazer versos sobre o preço de 1kg de arroz; ou até à Livraria Flor do Monte e fazer versos sobre A Sibila de Agustina Bessa Luís.

A mais recente pérola discográfica de Toy chama-se É Só Sexo e é, segundo o próprio, "um disco de intervenção". Com músicas com títulos como "Enlouquecidamente Te Desejo" e "Sado Masoquismo", não admira que haja, de facto, intervenção. Aliás, pesquisar Toy e Sado Masoquismo no Google dá excelentes resultados, como devem calcular.

Toy é apenas um dos muitos cantores que aqui mereciam um lugar de destaque. Infelizmente só há 30 cromos neste ranking, portanto temos que dar espaço a outras pessoas, embora voltemos à música, já no próximo 'fascículo', e no feminino. Até sexta!

Momento Zen do dia

Estar na estação de metro do Marquês de Pombal e olhar para o painel electrónico, que continha, justamente, a frase:

"OLHE PARA ESTE PAINEL ELECTRÓNICO"

Obrigado Metro de Lisboa. É bom saber que são tão divertidos, logo agora que me vou tornar passageiro frequente.

10/03/2004

«Conforto emocional» para solteiros... E não só!

Dar a conhecer aos nossos leitores os melhores e mais recentes inventos provenientes de todas as partes do mundo é já um hábito nosso, praticamente incontornável. E de facto, ao tomar conhecimento da invenção de que trata este post, fiquei com a sensação de que era realmente urgente espalhar a palavra.

Trata-se de uma almofada algo peculiar (prefiro deixar a imagem falar por si) criada pela empresa nipónica Kameo, que salienta da seguinte forma as qualidades da "Almofada Braço de Namorado": "Proporciona não só um sentimento de conforto emocional, como também um excelente suporte para os dois lados do corpo". Ao que parece, a almofada está a vender bem, e é bem provável que a chegue às camas de casal, onde certamente proporcionará também momentos insólitos do género "Ohh, querido... Ah, não, é a almofada...". Por outro lado, tenho que admitir que se trata do presente ideal para libertar o homem desse suplício que é ficar com o braço dormente graças ao peso da cabeça dela, até adormecer, todas as noites. Ou talvez se venha a inventar uma versão para o casal, com dois braços... As possibilidades são infinitas.

Eu é que não me atrevo a experimentar este invento, se alguma vez chegar a solo luso - é que com as voltas que dou durante o sono, seriam bastante significativas as probabilidades de morte por estrangulamento, e nesse caso de pouco serviria o «conforto emocional» deste ombro amigo...

Conversas da Madrugada

Eu sei que há muita gente que não me acha normal. Mas não, eu não sou o único anormal neste grupo. Nós tentamos ter conversas sérias, mas, a partir da meia-noite, acaba sempre por acontecer isto:

[...]
Portin - Está aqui um ambiente de cortar à faca...
Peter - [corta uma fatia de ambiente]
Peter - Agora vou trabalhar com ele! E fico com um novo ambiente de trabalho!

[...]
Portin - Tocaram a In & Out?
Peter - Não sei qual é essa.
Portin - Aquela da TMN. "In & Out, In & Outttt"!
Peter - Não 'tou a ver qual é...
Portin - É aquela...
Peter - Ah, aquela!
Portin - "Uu uuuuuuuu, u uuuu, nananananana, in & out, outttt, in & out".
Peter - Muito explícito, sem dúvida.

Desculpem lá este momento, mas é tudo o que temos hoje. Os verdadeiros cromos estão aqui e não logo à noite na TVI (hmm, tenho que ligar ao João Pedro Pais para ele aproveitar o verso que acabei de fazer...).

10/02/2004

Cromos de Portugal - nº30

Cromo Nº 30
Cristina Caras Lindas


Profissão: Desempregada (ou não)
Idade: Desconhecida
Frase: "É uma sensação estranha a de dar autógrafos no meu próprio livro".

A prova de que é um verdadeiro cromo prende-se com o facto de ter nascido em Angola, ter passado pela televisão do Canadá, ainda ter apresentado um talk-show e ter participado como actriz em algumas produções de nuestros hermanos, e, por fim, ter-se estabelecido em Portugal, o país cuja densidade de cromos por km² é superior à da grande maioria dos restantes países industrializados.

Mas é da TVI que a conhecemos. "Amigos Para Sempre" e, mais recentemente, "Caras Lindas", transformaram-na numa mulher do povo, com um discurso sempre virado para as emoções mais básicas, a fazer chorar as pedras da calçada. Recentemente, teve também um programa da sua autoria na extinta TV Saúde, com uma média de 9 espectadores diários.

Resta acrescentar que, em 2001, escreveu "Sandálias de Prata", um romance que envolvia um triângulo amoroso e feitiçarias, com cartomantes à mistura, ou seja, a receita ideal para um best-seller.

Curioso (ou não) é o facto de, enquanto fazia a minha pesquisa, constatar que quem comprou aquele livro no Webboom.pt, comprou também "Osama Bin Laden - A Estratégia do Terror". Afinal, também Sandálias de Prata pode ser considerado terrorismo, neste caso, literário.

Enfim, se Cristina Caras Lindas não andasse desaparecida dos nossos ecrãs, estaria, certamente, numa posição bastante mais confortável neste ranking.

10/01/2004

Está oficialmente aberto o novo Moche à Mãe.

E assim terminou o Verão aqui no Moche. As novidades para esta nova época não passam apenas por mudanças gráficas, mas também por um coleccionável. Afinal de contas, se tudo o que é revista ou jornal oferece DVDs, dicionários, mapas, receitas de cozinha, volumes da história de Portugal ou 25 suplementos de diferentes assuntos, também nós temos direito a querer vender o nosso peixe.

O problema é que ninguém quer pagar por isto, portanto, enquanto não arranjarmos uma maneira de lhe extorquir dinheiro, oferecemos tudo. O coleccionável 'Cromos de Portugal' reúne os 30 maiores cromos (famosos) deste país, numa compilação feita, também, por aqueles que são os maiores cromos semi-anónimos: nós.

É por isso que queremos deixar claro que todas as pessoas que por aqui vão passar nas próximas semanas merecem ser respeitadas, sobretudo porque nos fazem rir (ou chorar, por vezes) e nos dão vontade de escrever.

Cromos de Portugal
De 1 de Outubro a 31 de Dezembro, às segundas e sextas-feiras (com excepções, começando já pelo nº 30 que sofrerá um atraso de 24 horas) no Moche à Mãe.

9/27/2004

Jocelim, Jazaniel, Janianes, Lactâncio, Ladislau, Licurgo...

Acabei de dar uma vista de olhos por um prontuário ortográfico que contém, sensivelmente a meio, uma secção com vocabulário onomástico. E posso garantir-vos: sinto-me bastante mais culto após ter tido conhecimento de diversos nomes perfeitos para os bebés daquelas pessoas de quem pouco gostamos.

Assim, se um dia uma grávida ou um (futuro) pai se aproximar de vocês e vos pedir sugestões para o nome do petiz, não hesitem. Sugiram nomes como Abigail, Abúndio, Acúrsio, Aldegundes, Anatólio*, Andrémon** , Asmodeu, Bertoldo, Celesónio*, Childeberto, Cleóbulo, Cunegundes (!), Desidério, Eglantina, Epaminondas*, Filémon**, Fredegundo, Ginestal, Gumersindo, Heliberto*, Heliogábalo*, Isolino e por aí fora...

Nunca mais daqui saía, em breve posto o resto... Apenas vos garanto que todos estes nomes são verdadeiros. Talvez ligue para a estação de Queluz a sugerir uma reportagem-choque a exibir no Jornal Nacional, sobre estes "«Nomes Fora do Normal», uma reportagem exclusiva conduzida por Ana Leal, onde fomos descobrir pessoas com nomes que ninguém conhece... Mais à frente, neste jornal".
_____________

* são estes os meus preferidos entre todos os que já referi. E depois ninguém me tira da cabeça que Heliberto não nasceu de uma coisa tão simples como uma alcunha de um rapaz chamado Berto que estava sempre a pedir indicações, ao que todos lhe respondiam "É ali, berto!". Seguindo o mesmo raciocínio, Epaminondas parece ser originário de uma bebé que gostava muito do mar (acho que tenho o espírito do Pedro Cadeira dentro de mim, porra!)

** gosto especialmente destes também, fazem os seus portadores parecer uma espécie de Pokemon e, portanto, é garantido que toda a gente vai querer brincar com eles na escola.

9/23/2004

Seinfeld - II

Tal como prometido, mais um excerto de Liguagem Seinfeld, de Jerry Seinfeld:

Na minha rua muita gente vai passear os cães e vejo-os sempre com os saquinhos para apanharem o cocó. Isto, para mim, é a coisa mais baixa que existe na vida do ser humano. Andar atrás dum cão com uma pázinha. À espera que ele faça para poder ir meter o cocó no saquinho. Se os extraterrestres estiverem a ver isto por um telescópio, vão pensar que os cães são os líderes do planeta. Se vissem dois seres com vida, um a fazer cocó e o outro a apanhar o cocó com um saquinho, quem é que iriam pensar que mandava em quem?

Se foi a isto que chegámos ao fim de cinquenta mil anos de civilização, mais vale desistirmos. Estou a falar a sério. Vamos acabar com isto. Não vale a pena. Vamos assumir que a raça humana foi uma ideia que não resultou. A princípio parecia boa e continuou a funcionar durante muito tempo, mas depois foi por água abaixo. Fomos à lua mas, não sei explicar porquê, continuamos a acartar saquinhos com caca de cão. A certa altura, passámo-nos. Vamos dar isto aos insectos ou a quem estiver a seguir a nós na linha de sucessão.

9/22/2004

Seinfeld - I

Voltei, mais uma vez, de uma semana de férias em terras algarvias. Por isso, como ainda estou meio em stand-by, aqui fica um excerto do livro de Jerry Seinfeld, esse génio humorístico que está de volta à Sic Radical, "Linguagem Seinfeld":

«A relação


Cada homem e cada mulher tem, de facto, um manual. Não tem nada escrito, mas as instruções de funcionamento dum indivíduo numa relação são específicas e detalhadas. Por isso, quando começamos a andar com alguém, é basicamente como se estivéssemos a guiar um carro novo sem que nenhum dos comandos esteja identificado, o que implica que os limpa pára-brisas possam começar a trabalhar nos momentos mais estranhos ou que, outras vezes, o carro pare de repente.

Como se não bastasse, todos conhecemos pessoas que guiam mal, carros sem travões, a precisarem de amortecedores, com os faróis baixos, com o porta-bagagens sobrelotado, com coisas a menos abaixo do capot, carros que não obedecem, que não fazem inversão de marcha e que têm o depósito vazio.

É por isso que, quando as pessoas decidem casar-se, escolhem quase sempre meios de transporte muito básicos. São simples e fiáveis, e isso é importante para uma viagem longa.»

Amanhã há mais um, depois eu volto. Ou não...