3/07/2004

Segurança Social, Casas-de-Banho, Isabel Figueira e Línguas de Gato
(não necessariamente tudo junto, claro)


Poderia escrever sobre bolos secos tradicionais, como as línguas de gato que estou a comer neste momento. Poderia até fazer uma dissertação sobre o inventor desta designação para tal iguaria. Ainda na linha da comida, podia falar-vos dos atributos (e que atributos, caros leitores, que atributos!) de Isabel Figueira. Mas não. Vou antes falar sobre duas histórias sérias.

Uma delas vem da Alemanha, esse país cuja língua eu domino tão bem. Pois é, parece que um alemão de 43 anos decidiu processar a Segurança Social lá do sítio por esta não lhe pagar umas idas... a um bordel. Este senhor argumenta que tem estado privado de sexo desde que a sua mulher o abandonou. Chegou mesmo a enviar a conta à Segurança Social de algumas visitas a bordeis e, como se não bastasse, mandou também uma de 32 filmes pornográficos que terá alugado... mas, para seu espanto, não foi reembolsado...

Ora bem, porque é que nunca ninguém pensou nisto a sério? Afinal de contas, há diversos estudos que apontam o sexo como uma actividade inerente ao ser humano, portanto as contas deste homem deveriam ser pagas pela Segurança Social, visto este não ter outras condições para satisfazer o famigerado desejo.

Outra história vem da China, esse país... grande. Parece que um homem - com uma mente brilhante, acrescento eu - teve a ideia de transformar parte da sua casa numa casa-de-banho pública. Quem não achou piada, obviamente, foram os seus vizinhos, até porque isto se passa num prédio. O senhor terá dito a uma agência de notícias local o seguinte: "Não há muitas casas de banho aqui nesta zona e vejo frequentemente muita gente a aliviar-se em espaços públicos. Para além de ser uma afronta, é mau para o ambiente. Não trará qualquer inconveniente para os meus vizinhos. Estou à espera da luz verde da Câmara para tapar algumas janelas e portas com cimento e fazer uma porta directamente para a rua."

Este pensador - que é conhecido por Mr. He, razão pela qual o tenho sempre tratado por nomes gerais - espera obter uma receita de 66£/dia (façam as contas), com 2000 visitas, também por dia. Os vizinhos recusam-se a deixar este projecto ir para a frente, obviamente pelo cheiro que poderá acarretar o funcionamento da referida casa-de-banho por tão grande número de pessoas. As autoridades estão a estudar o caso, apesar de o acharem "basicamente impossível de concretizar".

Eu hoje posso até não estar a bater muito bem (mentes perversas, passem à frente essa expressão), mas não acho que a ideia seja assim tão despropositada. Mas 'tá bem, sempre é preferivel as pessoas aliviarem-se na rua. Mais higiénico. Mais lógico. Menos inconveniente.