10/09/2004

Cromos de Portugal - nº28

Cromo nº28
Ana Malhoa


Idade: 24 anos
Profissão: Cantora / Apresentadora de TV
Frase: "Quero ouvir essas palmas!..."

Para aqueles a quem ainda restavam dúvidas de que "quem sai aos seus não degenera", eis Ana Malhoa, que como uma qualquer sequela cinematográfica que se preze, consegue piorar o que já é mau no filme original. Desde os seis anos que canta, gravando o seu primeiro disco a solo quando tinha apenas dez. Alguns anos depois, já todos a conhecemos através do programa "Buereré", a que gosto de chamar carinhosamente "formato Big Show SIC para gente de palmo e meio": muitos saltos pelo estúdio, uma alegria extasiante e, como não podia deixar de ser, músicas da autoria da própria Ana Malhoa.

Músicas estas que de resto se foram modificando ao longo dos tempos; se no início as rimas fáceis eram razoavelmente suportáveis tendo em conta o público a que se destinavam, os versos brancos com que agora encanta multidões numa desagradável mistura de religiosidade e sentimentos amorosos ("Amen, vou-me apaixonar", "Se Deus me ajudar / Vou esquecer este amor") são trauteados ao som de ritmos pseudo-latinos que resultam em algo parecido com um dueto entre o Padre Marcelo Rossi e Lara Fabian. Tudo isto a juntar a trejeitos sensuais e uma expressividade facial invejáveis, como podemos observar na fotografia acima (sem dúvida, das melhores que conseguimos encontrar).

E quem não se lembra das animadas tardes passadas na companhia do programa "Domingo Fantástico", com a sua célebre frase (já mencionada) repetida até ao infinito? E o seu riso tão característico que, por muitas onomatopeias que usemos, é impossível de reproduzir por escrito? Porém, basta imaginarmos uma fusão entre os zurros de um asno e alguém com "buereré" de espinhas de sardinha entaladas na garganta para termos algo aproximado.

O melhor será terminar por aqui; é que, ao contrário dos cromos anteriores, penso que Ana Malhoa não merece um destaque maior no nosso ranking - está visto que quanto mais atenção lhe dão, seja de que maneira for, mais difícil se torna encontrar uma maneira de cessar esta loucura.